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Promover a autonomia e a segurança nas atividades diárias da pessoa com Doença de Parkinson: Qual o papel da Terapia Ocupacional?

28 de outubro, 2024

O ser humano necessita de se envolver em diversas atividades, que passam pelo autocuidado, viver em sociedade, atividades profissionais e atividades de lazer, que promovem a saúde e o bem-estar. O desempenho ocupacional pode abranger desde atividades básicas, como alimentar-se ou vestir-se, até tarefas mais complexas, como o desempenho de funções laborais.

A Terapia Ocupacional visa habilitar os doentes com estratégias para o desenvolvimento das atividades de vida diárias, através da seleção, organização e execução de atividades e papéis em ambientes específicos e com significado para a pessoa.

Devido à sintomatologia da doença de Parkinson, a pessoa com esta condição de saúde enfrenta frequentemente dificuldades nas suas atividades diárias. Estas dificuldades resultam sobretudo dos sintomas motores, que afetam tarefas como manipular talheres, ou abotoar uma camisa; além dos sintomas não-motores, que podem interferir na organização da rotina diária.

O principal papel do terapeuta ocupacional na abordagem de pessoas com doença de Parkinson é desenvolver competências, prevenir disfunções, restaurar funções perdidas e desenvolver estratégias para compensar essas perdas. Para isso, o terapeuta utiliza técnicas específicas para ajudar a pessoa a participar nas suas atividades diárias, promovendo uma rotina ativa, estruturada e significativa:

  • Ensino de estratégias de autogestão de sintomas: Ajudar a pessoa a antecipar problemas e encontrar soluções para manter a participação e segurança nas atividades diárias.
  • Otimização da rotina diária: Facilitar a identificação de prioridades, explorar interesses e motivações e maximizar as capacidades da pessoa.
  • Treino de competências motoras: Trabalhar a destreza manual e utilizar estratégias cognitivas para melhorar o movimento.
  • Treino de atividades diárias: Focar na atenção, uso de pistas sensoriais, evitar a sobrecarga de tarefas simultâneas e adaptar ou compensar tarefas quando necessário.
  • Adaptação do ambiente físico: Eliminar barreiras arquitetónicas, reduzir riscos e melhorar os espaços onde a pessoa realiza as suas atividades.
  • Apoio a familiares e cuidadores: Aconselhar sobre o tipo de apoio necessário, ensinar estratégias para aliviar a sobrecarga dos cuidados e fornecer informação sobre a progressão da doença e o seu impacto no dia a dia.

O terapeuta ocupacional permite, assim, a preservação da identidade ocupacional da pessoa em diferentes fases da doença, promovendo o seu envolvimento e participação em atividades, sempre com foco na autonomia e segurança.

Tp, Rafaela Dias

CNS – Campus Neurológico