05/12/2022
Nos últimos 20 anos tem se assistido a uma intensa investigação numa tentativa de se encontrar um tratamento que atrase a progressão da doença de Alzheimer. A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, progressiva, que se associa a incapacidade crescente.
Os últimos fármacos aprovados para esta doença, há cerca de 20 anos, são fármacos dirigidos aos sintomas, sem efeito na progressão da doença. Em 2021, a agência do medicamento dos Estados Unidos (FDA) aprovou um novo medicamento, Aducanumab, com potencial de modificar a progressão da doença, encontrando-se ainda em estudo e não tendo sido aprovado pela agência Europeia do medicamento (EMA).
Consultar link: https://www.ema.europa.eu/en/documents/medicine-qa/questions-answers-withdrawal-application-marketing-authorisation-aduhelm-aducanumab_pt.pdf
Esta semana foram divulgados os resultados do ensaio clínico com o anticorpo monoclonal Lecanemab para pessoas com doença de Alzheimer. Este medicamento parece ser eficaz a remover uma das proteínas que se acumulam no cérebro dos doentes com doença de Alzheimer e parece também demonstrar algum atraso no declínio do ponto de vista clínico e funcional aos 18 meses de tratamento.
Posso ter acesso ao Lecanemab?
Não. O Lecanemab é um tratamento ainda em investigação, não tendo sido ainda aprovado pelas entidades reguladoras competentes.
Quem terá indicação para ser tratado com este novo medicamento?
Se o Lecanemab for aprovado pelas entidades competentes, as pessoas em fase inicial da doença de Alzheimer e criteriosamente seleccionadas (pela presença de biomarcadores no líquor obtido por punção lombar e/ou em PET cerebral) parecem ser os melhores candidatos.
Existem riscos associados a este tratamento?
Como com qualquer medicamento, existem sempre efeitos secundários que podem ocorrer. Os efeitos que mais preocupam as autoridades são os relacionados com reacções inflamatórias e risco de hemorragia cerebral e que podem determinar condições à sua utilização como, por exemplo, a realização periódica de ressonâncias magnéticas cerebrais.
Apesar deste tratamento estar longe de ser uma cura para a doença de Alzheimer, foi dado um passo importante na investigação, podendo futuramente contribuir para a melhoria dos cuidados aos doentes e sua família e cuidadores.
O que posso fazer para prevenir a Doença de Alzheimer?
Existem alguns factores de risco modificáveis que aumentam a probabilidade de desenvolver a doença de Alzheimer. Alguns destes riscos incluem: hipertensão, sedentarismo e redução da audição. Estes riscos devem ser identificados e eliminados em consulta de Prevenção de Demência.
Para saber mais sobre a consulta de Prevenção de Demência, basta contactar o CNS através do 261 330 700 ou escreva-nos para clinicamedica@cnscampus.com